RIO – Navegar na internet, interagir nas redes sociais ou assistir a vídeos via web durante o horário de trabalho, atitudes que não são bem vistas nas empresas, podem aumentar a produtividade dos funcionários. A conclusão é do estudo “O impacto da navegação sobre o engajamento psicológico”, conduzido pela Universidade Nacional de Cingapura, segundo o qual explorar a internet é melhor para a produtividade do que conversar ou mandar mensagens para amigos pelo celular ou por e-mail.
Segundo os pesquisadores Don Chen e Vivien Lim, visitar sites deixa os funcionários mais concentrados e engajados, o que os leva a exercer suas atividades da melhor maneira possível. Quando são proibidos, por outro lado, acabam sentindo-se cansados, estressados e desmotivados.
Os autores, porém, alertam que nem todo tipo de distração é benéfica. O envio de e-mails pessoais, por exemplo, tira o foco do usuário e ajuda em seu esgotamento.
”Primeiro, a necessidade de responder a um e-mail recebido impede o engajamento psicológico do empregado ao afetar sua habilidade de concentração. Segundo, quando os funcionários respondem a esses e-mails, eles passam por redução de recursos, sentimentos negativos e interrupção do fluxo de trabalho”, relata a pesquisa.
Portanto, explicam os pesquisadores, a política de uma empresa deve ser equilibrada: permitir a visita a sites diversos, mas impedir a perda de tempo na elaboração de mensagens que nada tenham a ver com trabalho.
Os estudos também mostram que as empresas que monitoram excessivamente o uso da internet pelos seus empregados podem ter um efeito contrário ao esperado. Quanto mais repressiva a política, maior a vontade dos funcionários em desrespeitá-la e navegar ainda mais na web.
”Os gestores devem reconhecer que proibir toda forma de uso pessoal da internet é ineficiente, e o excesso de monitoramento, contraprodutivo. Em vez disso, um período limitado precisa ser liberado, já que o impacto será notadamente positivo” – conclui o estudo, que ouviu cerca de 300 pessoas, entre estudantes e trabalhadores.
Os participantes da pesquisa foram divididos em três: um de controle – sem permissão para navegar; um que tinha direito a um pequeno intervalos; e outro que podia acessar portais selecionados (redes sociais, sites de filmes e de notícias) por dez minutos.
Tarefas simples, como selecionar palavras em longos textos, tinham de ser completadas. Ao final, ao observarem os dados, perceberam que aquela equipe com acesso liberado à rede global havia obtido um resultado até 39% superior ao do grupo de controle. Em segundo lugar ficaram as pessoas que tinham o privilégio de um intervalo.