A navegação anônima disponível na grande maioria dos navegadores pode não estar protegendo a privacidade na internet como muitos imaginam. Informações sobre por quais sites os usuários estão navegando enquanto utilizam uma aba anônima podem ser compradas na internet por quem desejar. A descoberta faz parte de um projeto apresentado na DefCon e foi feita por uma equipe liderada pelo jornalista Svea Eckert, que se uniu a um cientista de dados para saber exatamente quais dados estão disponíveis para serem vendidos na internet.
Os profissionais criaram uma empresa de marketing falsa para poderem utilizar o pretexto que desejavam adquirir informações de internautas para treinar uma plataforma de inteligência artificial que revolucionaria o marketing. A suposta empresa conseguiu informações de cerca de três milhões de internautas alemães. Ainda que em muitos destes registros só conste as URLs visitadas, outras revelam todo o histórico de navegação dos usuários, incluindo páginas de pornografia e acessos que deveriam ser privados.
Para piorar, os pesquisadores conseguiram cruzar as informações e descobriram de quem realmente são as informações rastreadas. Para isso, eles só precisaram cruzar alguns dados de páginas que ficam acessíveis apenas aos próprios usuários, como o Twitter Analytics ou sites internos de empresas, por exemplo. Ou seja, o total anonimato que se acreditava estar garantido nas navegações anônimas pode realmente não ser verdade.
No caso dos dados coletados dos usuários alemães, a maior parte deles foi obtida devido a uma extensão de navegador que declara nos termos de uso que comercializa os dados dos usuários. Aliás, na maioria dos casos, as compras são realizadas exatamente com finalidade comercial e para serem utilizadas em estratégias de marketing. Contudo, sempre há a possibilidade de que essas informações também caiam nas mãos de cibercriminosos.
Configurações em navegadores, adblockers e pequenas mudanças nas ferramentas de privacidade disponíveis nas redes sociais podem ajudam os usuários que desejam manter sua navegação mais segura e privada.
Fonte: Life Hacker