(POLEMICA) As redes sociais estão criando a geração mais preguiçosa de todas?

Esta é a geração do reality show. Ao invés de fazer, assiste. Assiste as pessoas cantando, dançando, escolhendo um marido ou uma mulher, fazendo grandes transformações em suas casas e em seus visuais, aprendendo a cuidar da família, perdendo peso, indo para a reabilitação, enfim, sobrevivendo.
E a natureza voyeur dos seres humanos tem se espalhado na vida cotidiana. Graças ao Facebook, Twitter, Google +, YouTube e uma série de outras redes sociais, todo o mundo agora é verdadeiramente um palco e todos são jogadores do reality show da vida.
Observar os acontecimentos e depois comentar sobre eles nas redes sociais se tornou uma religião. As pessoas esperam ansiosamente pela próxima celebridade que vai dar vexame, por outro político que será flagrado em um escândalo sexual, pelo veredito de um julgamento polêmico ou simplesmente por um amigo que vai fazer algo tão estúpido que será rapidamente adorado no altar das plataformas sociais, onde serão feitas oferendas de opiniões, piadas, comentários, etc.
No passado, os cidadãos contavam onde estavam quando ocorria um evento histórico, como o assassinato de Kennedy, a explosão de um ônibus espacial ou os ataques de 11 de setembro. No futuro, os homens de hoje irão recordar o que tweetaram, o que publicaram ou o que leram em seu mural sobre tais e tais eventos.
De acordo com Dean Obeidallah, comediante que se apresenta em vários programas nos Estados Unidos, utilizar as redes sociais é, sim, divertido e cada um é culpado por fazer a mesma coisa. Mas, para ele, fica uma crescente preocupação: essa geração está se tornando a mais preguiçosa? As redes sociais estão se tornando o ópio das massas, seduzindo e fazendo todos acreditarem que apenas comentando um fato estão de alguma forma interferindo no mundo? Será que a essa geração vai deixar algum legado ou simplesmente milhões de tweets?
Basta olhar para as gerações anteriores: na década de 40 e 50, houve uma geração de praticantes, que através da sua dedicação, ética e sacrifício, fizeram dos Estados Unidos uma superpotência econômica.
Eles foram seguidos nos anos 60 e no início dos anos 70 por uma geração que foi às ruas para se opor à Guerra do Vietnã e pressionar o governo por direitos civis, fazendo a política americana mudar tanto externa, quanto internamente.
Ao contrário do ativismo do passado, muitos, hoje, se realizam apenas em clicar em “Like”, assinar uma petição online ou retweetar os pensamentos de alguém.
É um bom começo, segundo Obeidallah, mas é preciso mais do que isso para realizar mudanças significativas. É preciso olhar mais longe, para as revoluções democráticas recentes no mundo árabe, por exemplo. Os manifestantes recorreram, sim, às redes sociais, mas não basta postar comentários no mural das pessoas no Facebook e sentar; eles tomaram as ruas e arriscaram suas vidas para efetivar as mudanças. Todos os tweets do mundo não seriam capazes de levar os presidentes do Egito ou da Tunísia a renunciarem.
O que é mais provável que leve essa geração às ruas para protestar: uma questão política ou cobrar pelo uso do Facebook?
Nesse mundo cada vez mais complexo e desafiador, parece que um único indivíduo não pode ter um impacto sobre os problemas que nosso país ou o nosso planeta enfrenta. Mas cada um pode ser a mudança que o mundo precisa.
Para Obeidallah, não é necessário defender que se deixe de usar as redes sociais, mas se houver uma mudança que realmente precise ser feita, vai demorar mais do que escrever um tweet de 140 caracteres e será mais trabalhoso que atualizar um status no Facebook. [CNN]

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Diego Bencke

Diego Bencke

CEO DigooWeb - Graduado em Marketing
Especialista em Internet Marketing.
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